Esse questionamento guiou pesquisadores do Brasil e da Bélgica no desenvolvimento de um índice espacial para dar suporte aos gestores de saúde pública. O IndCo, como é denominado pelos pesquisadores, foi calculado para cada um dos 5570 municípios brasileiros a partir de dados públicos relacionados às características populacionais, estruturais da saúde e estimativas do impacto de municípios vizinhos sem leito hospitalar. Quanto mais alto for o índice, mais frágil é o município à incidência da COVID-19. Entretanto, os menores valores do índice, em tons de verde no mapa, não significam regiões seguras: “As regiões com valores mais altos são aqueles em que os sistemas de saúde podem sofrer ainda mais que os outros. Infelizmente, nenhum município está livre das consequências da pandemia”, afirmam os autores.
Trata-se de uma colaboração de três instituições: o Laboratório de Geotecnologias e Conservação Ambiental da Universidade Federal de São Carlos, o laboratório Biodiversité et Paysage da Université de Liège – Gembloux Agro-Bio Tech, na Bélgica, e o Instituto Federal de São Paulo - campus São Carlos. Esse esforço em conjunto resultou na publicação do trabalho intitulado “Brazil's vulnerability to COVID-19 quantified by a spatial metric” no periódico científico Public Health in Practice, vinculado ao The Royal Society for Public Health. Esse índice pode ainda ser integrado à modelos de dispersão ou epicentros de contaminação. Os autores esperam que essa contribuição possa auxiliar governos municipais e estaduais não só no Brasil, mas também em países da América Latina e África a manejar as medidas de isolamento enquanto durar a pandemia. Para mais informações: https://doi.org/10.1016/j.puhip.2020.100022
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